segunda-feira, 6 de abril de 2009

Amor de verdade


Hoje era pra ser um daqueles domingos pra escrever coisas de família. Pensei em várias histórias, minhas e não minhas, rs.
Bem, já é quase segunda-feira, e eu não podia deixar de comentar dois casos de família que me fizeram MAIS UMA VEZ (porque depois da Talita, já o fiz milhões de vezes), repensar todos os meus valores.

Duas famílias em dois extremos do país, duas mães. E eu aqui, ainda me descobrindo mãe.
A primeira, de classe média, escrevera uma carta para um jornal de grande circulação onde desabafou, agradeceu e mostrou-se como um ser humano que honrou cada segundo em que foi mãe. Na carta, uma mensagem que ela direcionava aos amiguinhos de seu amado filho, pedindo que eles obedecessem a seus pais, estudassem, e não esquecessem de seu amiguinho de apenas 12 anos.

Na outra parte da carta, agradecimentos aos amigos, desconhecidos, parentes e uma mensagem a todas as mães pedindo que curtam cada segundo com seus filhos, que conheçam seus amiguinhos, seus gostos, seus sonhos, seus medos. Que conversem, que sorriam, que brinquem, que levem na escola, que conversem com os professores, enfim, que sejam mães e pais.

Contou também como foram suas preces durante os quatro dias em que seu filho esteve em coma, por causa de um câncer no cérebro que apareceu de repente. Nas primeiras ela pedia que ele vivesse para que ela não sofresse mais, e no último dia, seu coração pediu pra que ele se fosse , se essa fosse a vontade de Deus, e que ela aceitaria pois tinha a convicção de que viveu a seu lado os momentos mais intensos de sua vida, mesmo sem saber o que aconteceria.
Tenho certeza que sua intenção foi alcançada, pois aqui estou eu escrevendo sobre isso. Contendo as lágrimas que na hora, não suportei.

A outra história vi no jornal da noite, na TV. Uma única prisão feminina no Brasil, com estrutura para que as mães grávidas possam ter seus bebês e cuidar deles até um ano. Mães jovens, que na sua maioria foram condenadas por tráfico de drogas, e não tem apoio de seus “companheiros”, que na maioria também cumprem pena. Sobram-lhe apenas suas famílias: uma pai, uma mãe, uma irmã...

E nessa história uma cena: a criança, uma menina, comemorou seu primeiro aninho de vida dentro da prisão junto com a mãe, as outras detentas e suas crianças. A festa, uma despedida.
A pequena criança que acostumada a dormir abraçada com a mãe, agarrava-se à sua blusa para não sair de seu colo e ser entregue aos braços avó materna, que não via há seis meses. Uma cena estarrecedora. A pequena, chorava enquanto puxava pela mãe, que carregava sua sacolinha de roupa para entregar a avó. A mãe, tentava não chorar na frente da criança para não deixá-la mais triste. E eu, assim como agora, me desfazendo em lágrimas. No final da matéria, a cena da criança na primeira noite sem a mãe, nos braços da avó que a embalava entre soluços já cansados e um sono sem os braços da mãe.

Ainda estou me descobrindo como mãe nesses quase quatro meses e a única coisa que sei dizer é que é o mais estranho dos sentimentos, que não se traduz, porque ser mãe é viver a maternidade em sua plenitude, descobrindo-se com o tempo. Amo minha filha, e não sei como passei tanto tempo sem ela, mas de uma coisa eu tenho certeza, eu jamais deixarei de amá-la e aproveitarei cada instante ao seu lado.

Às minha leitoras, mães cabe dizer: AMEM, CURTAM E SEJAM FELIZES AO LADO DE SEUS FILHOS.

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